BÊNÇÃO
Ter dinheiro e não ter
Pagar ficar a dever
Ir aos bares do Bairro Alto
Beber nos bares nas barracas
Cheio de cacau nos bolsos
Depois deixar cair o cacau
Pelos bolsos abaixo
Perder os óculos em Lisboa
Andar à toa feito rock-star
Regressar sem saber como
Comprar dois bilhetes em vez de um
Um para o Porto outro para Coimbra
Viajar fodido dos cornos, do estômago e da barriga
Entrar, sair e depois cair na cama
Sem luz, sem vontade
E depois regressar a Zaratustra
Ao poeta-mago
Ao céu ao sol à luz
Às mulheres que queres
Aos pulsos que cortas que feres
À prudência que mandas para o caralho
Vira o baralho
E volta o futebol
O circo máximo de outrora
Quando andavas por Roma
Entre Cícero e Augusto
Rei morto, rei posto
Em transe por Lisboa
Ao acaso à deriva à sorte
Como Pessoa
E, por duas horas, não sabes bem
O que fizeste, onde estiveste
Com quem estiveste
Ficou tudo em branco
Hoje estás a caminho do mesmo
Mas não tens cacau
E isto não é Lisboa
Nem tu és o príncipe da Macedónia
Só há golos e tolos a festejar
Nuvens a perturbar- assim falava Zaratustra
E tu amas as alturas
Amas realmente as alturas
E até a Humanidade
Mas não suportas a pequenez dos homens
És daqueles que sabes
Nada há a fazer
Mesmo que vás pelos caminhos direitos
Haverá sempre noites, dias em que seguirás
As ruas tortuosas
Porque sabes que esse é o caminho do Céu
Não o céu de Deus, de Alá ou de Cristo
Mas o céu de Nietzsche, de Blake, de Rimbaud,
De todos os malditos
Abençoados sejam os malditos
Abençoados sejam os que procuram a luz
No meio das trevas
Abençoados sejam os que te amam
Abençoados os que enlouquecem
Porque a loucura dos que se curvam
Não é loucura, é doença.
A. Pedro Ribeiro, Vila do Conde, 28.0ut.06
Ter dinheiro e não ter
Pagar ficar a dever
Ir aos bares do Bairro Alto
Beber nos bares nas barracas
Cheio de cacau nos bolsos
Depois deixar cair o cacau
Pelos bolsos abaixo
Perder os óculos em Lisboa
Andar à toa feito rock-star
Regressar sem saber como
Comprar dois bilhetes em vez de um
Um para o Porto outro para Coimbra
Viajar fodido dos cornos, do estômago e da barriga
Entrar, sair e depois cair na cama
Sem luz, sem vontade
E depois regressar a Zaratustra
Ao poeta-mago
Ao céu ao sol à luz
Às mulheres que queres
Aos pulsos que cortas que feres
À prudência que mandas para o caralho
Vira o baralho
E volta o futebol
O circo máximo de outrora
Quando andavas por Roma
Entre Cícero e Augusto
Rei morto, rei posto
Em transe por Lisboa
Ao acaso à deriva à sorte
Como Pessoa
E, por duas horas, não sabes bem
O que fizeste, onde estiveste
Com quem estiveste
Ficou tudo em branco
Hoje estás a caminho do mesmo
Mas não tens cacau
E isto não é Lisboa
Nem tu és o príncipe da Macedónia
Só há golos e tolos a festejar
Nuvens a perturbar- assim falava Zaratustra
E tu amas as alturas
Amas realmente as alturas
E até a Humanidade
Mas não suportas a pequenez dos homens
És daqueles que sabes
Nada há a fazer
Mesmo que vás pelos caminhos direitos
Haverá sempre noites, dias em que seguirás
As ruas tortuosas
Porque sabes que esse é o caminho do Céu
Não o céu de Deus, de Alá ou de Cristo
Mas o céu de Nietzsche, de Blake, de Rimbaud,
De todos os malditos
Abençoados sejam os malditos
Abençoados sejam os que procuram a luz
No meio das trevas
Abençoados sejam os que te amam
Abençoados os que enlouquecem
Porque a loucura dos que se curvam
Não é loucura, é doença.
A. Pedro Ribeiro, Vila do Conde, 28.0ut.06
4 Contribuições de Merda:
ah... tenho notado ultimamente uma grande influência do livro "assim falou zaratustra"...
aplaudo de pé a poesia deste nosso amigo...
perder os oculos em lisboa...ja uma vez me aconteceu por acaso...
obrigado, amigo e camarada. Nietzsche é Nietzsche, o poeta-mago, o profeta anti-moralista, o filósofo da vontade e do instinto.
Agora sim...estamos a falar a mesma língua!
Junto os meus aplausos!
Até!
obrigado, camarada Joana, e beijos para ti e para o BRASIL.
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